Escrever à mão ainda é importante? A neurociência mostra que sim

Quando foi a última vez que você escreveu um bilhete, fez um resumo ou colocou suas ideias no papel? Em tempos de celular, mensagens instantâneas e anotações digitais, muitas pessoas já não têm o hábito de escrever à mão. Mas será que isso não faz falta?

A resposta é sim. E não se trata apenas de nostalgia. Escrever à mão continua sendo uma habilidade imprescindível para todos, com maior ênfase em crianças e adolescentes que estão em fase de formação. Quem explica é o neurocirurgião Dr. Ivan Hattanda, pai de alunas do Prime, que alerta para os efeitos da vida digital no funcionamento do cérebro.

Segundo ele, o grande volume de estímulos rápidos, como vídeos curtos, notificações e a rolagem infinita das redes sociais, tem mudado nossa forma de pensar, sentir e memorizar. “O cérebro, exposto constantemente a recompensas e informações rápidas e rasas, perde a capacidade de foco, memória e de processamento mental mais profundo. Esse tipo de funcionamento cerebral empobrecido tem sido cada vez mais observado: um cérebro que consome muito, mas reflete pouco; que é bombardeado por informações, mas com dificuldade para organizar pensamentos, tomar decisões e lembrar do que importa”, afirma.

Nesse cenário, ele defende que a escrita pode ser uma das chaves para recuperar o equilíbrio. Isso porque escrever à mão é um exercício complexo que ativa o córtex pré-frontal  (responsável pelo planejamento, pelo autocontrole e pela tomada de decisões) e o hipocampo, região ligada à consolidação da memória. 

“Quando deixamos de escrever, deixamos também de treinar essas áreas importantes do cérebro”, destaca o médico, lembrando que pesquisas científicas já confirmam essa relação.

A ausência desse treino pode trazer consequências concretas, como o aumento do analfabetismo funcional. “São pessoas que sabem ler e escrever, mas não compreendem plenamente o que leem e não conseguem organizar as próprias ideias de forma lógica. Boa parte desses sintomas está ligada à falta da prática da escrita. Sem escrever, o cérebro não aprende a estruturar ideias, refletir e criar conexões. É como se a mente ficasse enfraquecida, sem treino”, explica.

Além dos impactos cognitivos, a escrita também tem efeitos positivos na saúde mental. Colocar os pensamentos no papel ajuda a reduzir a ansiedade, processar emoções e encontrar clareza em meio ao excesso de estímulos do dia a dia. Para o Dr. Ivan, o raciocínio é simples: assim como o corpo se fortalece com a prática regular de exercícios físicos, o cérebro também melhora com o treino da escrita. “Cada palavra escrita é um passo rumo a mais foco, memória e clareza”, resume.

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Por que é importante escrever à mão?

A neurociência mostra que não se trata de saudosismo, mas de benefícios reais. Com base em estudos citados pelo Dr. Ivan e também pelo educador Hugo Rodrigues em suas redes sociais, reunimos os principais motivos para manter esse hábito:

  • Ativa diversas áreas do cérebro — movimento, visão, memória e processamento sensorial, de forma mais robusta que digitar.

  • Melhora a retenção da memória — o simples ato de escrever já cria registros mais duradouros no cérebro.

  • Favorece a compreensão profunda — ao escrever, precisamos resumir, reorganizar ideias e refletir.

  • Aprimora o raciocínio crítico — ativa regiões ligadas à tomada de decisão e ao pensamento analítico.

  • Fortalece a aprendizagem — crianças e adultos que escrevem à mão compreendem e aplicam melhor o conhecimento.

  • Humaniza a comunicação — a letra carrega identidade, afeto e criatividade, estimulando conexões originais.

  • É terapêutico — reduz estresse, promove atenção plena e ajuda a organizar pensamentos.

 

No Curso e Colégio Prime, valorizamos práticas que estimulam a escrita e incentivamos nossos alunos a manterem esse hábito tão essencial para a formação integral.Quer conhecer mais sobre nossa metodologia? Agende uma visita.