Não fui para a segunda fase da UEL, e agora?

Quando a ansiedade de ver o nome entre os convocados da segunda chamada no vestibular da UEL é substituída pela tristeza de constatar que “não foi desta vez”, está na hora de cuidar dos sentimentos. Frustração, tristeza, decepção e raiva são emoções normais e podem aparecer nestes momentos. Para apoiar os alunos que enfrentam o desafio do vestibular, o Curso Prime iniciou uma parceria com a clínica de psicologia e análise de comportamento Núcleo Evoluir. A psicóloga Sephora Cordeiro, do Núcleo, aceitou o convite para falar sobre estes sentimentos.

“Vivemos hoje em uma sociedade que nos cobra para que sejamos bons e perfeitos em tudo que fazemos. Precisamos fazer as melhores viagens, comer as melhores comidas, ter o corpo mais perfeito e muitos outros exemplos. Isto nos leva a não saber lidar com aquilo que vai ser chamado de ’derrota’”, expõe.

Sephora destaca que lidar com a frustação neste momento tão importante na vida do jovem é mesmo muito difícil. “O que precisamos fazer para apoiá-lo é ajudá-lo a entender que o vestibular é uma PROVA específica para o concurso de vestibular da UEL. Não ser aprovado nesta etapa significa apenas que ele não estava preparado o suficiente para esta prova. E estar preparado não significa apenas saber o conteúdo, mas principalmente lidar com o nosso maior inimigo que é a nossa condição emocional”, afirma.

Por isso, a psicóloga reforça que não ter passado em uma prova não significa que o vestibulando não esteja preparado para outras. “É preciso entender que quando nos inscrevemos em mais de uma prova, já estamos prevendo a possibilidade de não passar em algumas delas”, reforça, destacando que nos momentos de frustração é importante lembrar de ser gentil consigo mesmo. “Estudantes que disputam vestibulares de alto desempenho são extremamente exigentes com eles próprios e não querem mostrar performances que consideram abaixo do necessário para não decepcionar, principalmente, a família. Porém, é muito importante lembrar que a prova é apenas uma parte - importante - do momento atual, mas não a vida em sua totalidade”, destaca.

E os familiares, como devem agir? Para Sephora, este é o momento de demonstrar que o estudante não deixará de ser amado. A não aprovação também deve ser encarada como uma oportunidade para perceber onde estão as principais deficiências e refletir se o estado emocional não influenciou o resultado. “O maior inimigo do vestibulando é o seu emocional, por isso, vale a pena rever como está lidando com a ansiedade”, aconselha.

Aos estudantes que não têm mais provas para fazer, a psicóloga recomenda aproveitar o período para refletir sobre os próprios objetivos e as estratégias adotadas para alcançá-las. ”Pode ter ocorrido um desencontro de conteúdos estudados, mas é sempre bom avaliar também o estado emocional. Depois da reflexão, é tempo de rever o cronograma de estudos e retomar!”, orienta.