Eleições nos EUA: aprenda sobre o tema com os professores do Prime

As eleições nos EUA em 2020 foram acompanhadas em clima de Copa do Mundo. Isso porque a disputa entre Donald Trump e Joe Biden foi acirrada e ficou indefinida até o fim da apuração dos votos. A vitória de Joe Biden impõe uma mudança que pode reverberar pelo mundo todo, visto que o mandato de Trump foi pautado por uma política externa isolacionista. Esse assunto é quente e pode cair no ENEM e no vestibular! Por isso, convidamos os professores Angélica (Geografia), Lucas (Filosofia) e Rozante (História), do cursinho Prime em Londrina, para uma conversa sobre o assunto em uma live que está disponível no nosso Youtube .

O que significa esse resultado? Será que começa a se consolidar uma nova ordem mundial?  Para te ajudar a criar repertório sobre as eleições dos EUA, resumimos os principais pontos abordados no bate-papo. Além de te apoiar nas questões sobre atualidades, é uma ótima oportunidade de criar repertório para redação. Acompanhe!

 

Democratas x Republicanos

Nos Estados Unidos, dois partidos têm bastante representatividade: Democratas e Republicanos. As eleições são disputadas por essas duas legendas e, diferentemente do Brasil, ocorrem de forma indireta. Isso significa que, para vencer, não adianta o candidato ter apenas a maioria dos votos, ele também precisa conquistar a maioria dos votos dos delegados que compõem o Colégio Eleitoral, formado por um grupo de pessoas que “confirma” o voto da população. Cada estado tem um determinado número de delegados e, na maioria deles, o candidato que receber a maioria dos votos leva todos os delegados, independente da diferença percentual.

Atenção: o número de delegados por estado é definido de acordo com o número de habitantes. Quanto maior a população, maior o número de representantes. 

 

Curiosidades

O presidente eleito tem direito a uma reeleição. Por costume, o vice-presidente, depois de ser vice, só pode atuar politicamente se for presidente. Caso não seja eleito, ele sai da política. O mesmo ocorre com os presidentes após dois mandatos. Outro hábito norte-americano é continuar chamando o presidente por esta denominação mesmo após o fim do mandato.

Em caso de empate, quem decide o resultado é a Câmara dos Deputados.

Ao contrário do Brasil, os eleitores podem começar a votar antes do dia oficial da eleição e também podem votar pelo correio, o que torna a apuração dos votos mais demorada. Em 2020, essa possibilidade gerou polêmica porque muitos eleitores preferiram votar pelo correio por causa da pandemia da Covid 19 e houve questionamentos sobre a possibilidade dos votos não chegarem a tempo de serem validados. 

 

Quando é a eleição?

Tradicionalmente, a eleição é sempre na terça-feira depois da primeira segunda-feira de novembro. Isso porque é um período em que o inverno está chegando, mas ainda não tem neve. A data foi definida no século XVIII. Na época, a maioria dos americanos trabalhavam em fazendas, e essa data foi estabelecida para que os eleitores cristãos não precisassem faltar à igreja no domingo e os judeus não precisassem faltar à igreja no sábado. Além disso, os centros eleitorais muitas vezes eram longe, então, eles tinham a segunda feira para fazer a viagem e voltavam antes da quarta-feira, dia de comércio para os fazendeiros.

 

Diferenças entre Brasil e EUA

No Brasil temos voto direto e nos EUA o presidente é eleito por colégio eleitoral. Além disso, nós temos TSE (Tribunal Superior Eleitoral), um órgão oficial do Estado que organiza as eleições. Nos Estados Unidos, esse órgão oficial e centralizado não existe, as informações são repassadas pela imprensa.

 

EUA e Democracia

É muito comum os Estados Unidos serem citados como referência em democracia. Isso explica-se pelo fato de terem uma constituição muito sólida e objetiva. Além disso, são um país que não viveu a experiência da monarquia, pois já nasceu dentro de uma estrutura liberal.

 

A Era Trump

Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos e que foi derrotado nas urnas por Joe Biden (vice-presidente de Barack Obama), pode ser considerado um aventureiro sem características sólidas de político. Isso não é uma fato isolado, pois norte-americanos costumam eleger candidatos pouco tradicionais e até mesmo celebridades. 

Durante o mandato de Trump, os EUA adotaram uma política isolacionista muito prejudicial para o país. Deixaram, inclusive, acordos internacionais importantes, como o acordo de Paris, o que abriu espaço para a China na disputa pela hegemonia mundial. 

 

E a China?

Em uma ordem mundial em que os Estados Unidos adotam o isolamento, o protagonismo da China começa a aparecer como um novo episódio da Guerra Fria. Nos últimos quatro anos, a China se destaca e tira muito do protagonismo dos EUA, indicando a configuração de uma nova ordem mundial marcada pela polarização entre as duas potências.

 

O que esperar de Biden

Com a eleição de Joe Biden, a tendência é que os EUA voltem a ter mais protagonismo no mundo e recuperem seu espaço na hegemonia mundial, o que não aconteceria com Trump.

Enquanto Biden propôs retomar relações multilaterais, inclusive com a China, Trump, em nome de um discurso ideológico contaminado por fake news, deu espaço para o crescimento deste adversário, visto que suas ações inclusive abriram oportunidades para os chineses. Um exemplo é a aliança entre China e Japão, que mesmo sendo inimigos históricos, se aproximam por motivos comerciais. E anote para não esquecer: acordos comerciais, muitas vezes, são mais eficientes que acordos de paz para evitar conflitos entre países.

Biden não é “de esquerda” da maneira como conhecemos, pois sua posição não interfere nos princípios básicos da economia capitalista vigente nos EUA. Na campanha, porém, Trump associou o adversário à esquerda para despertar o medo que os americanos têm da ameaça comunista. 

 

Rússia

A Rússia assistiu a China alçar protagonismo no mundo sem se posicionar contra essa nova ordem mundial. isso pode ser explicado porque o país, desde 2008, passa por um difícil momento econômico, provocado pela queda do preço do petróleo. Além disso, os russos estão “distraídos” com os conflitos na Ásia Central e não se fortaleceram para encarar o conflito entre China e EUA.

 

Por que latinos votam em Trump?

Chamou atenção nas eleições norte-americanas de 2020 o fato de estados como a Flórida, cuja população é formada por muitos latinos, ter votado em Donald Trump. Isso se explica pelo fato de muitos deles esperarem uma interferência dos EUA na derrubada dos governos atuais, como é o caso dos venezuelanos. Isso não acontece na costa oeste, por exemplo, onde há uma grande comunidade mexicana, que não vota no Trump. Conhecer essas diferenças é importante para não generalizarmos os latinos.

 

Como fica o Brasil com a vitória de Biden?

A política externa brasileira, nos últimos dois anos, vêm sendo um tanto quanto reativa, sem liderança ou protagonismo. A situação se complica  quando o país toma posições polêmicas como a flexibilização das leis ambientais ou ir contra o aumento dos direitos das mulheres na ONU. É uma política externa negativa e questionável, que não combina com a proposta do Biden.

 

Estamos perdendo muito espaço nas relações com Eua e China e, provavelmente, ficaremos muito mais isolados, o que pode trazer ainda mais danos econômicos. 

 

Saiba mais sobre as diferentes ordens mundiais aqui no Blog do Prime.