Coronavírus: tudo que você precisa saber para passar no vestibular
As explicações sobre a pandemia de Coronavírus vão muito além da biologia. Para quem vai fazer vestibular e ENEM, conhecer as relações interdisciplinares que explicam a doença será um diferencial na hora das provas. História, Biologia, Geografia e Redação são algumas matérias que podem contemplar a crise causada pelo vírus Covid-19. Para te ajudar, os professores do Prime sugerem temas que podem ser aprofundados com pesquisa. Sigam o guia e bons estudos!
HISTÓRIA
A dica é conhecer as principais pandemias enfrentadas enfrentadas pela humanidade:
Praga de Atenas (V. a.C.)
Durante a Guerra do Peloponeso, Atenas foi assolada por uma doença que ficou conhecida como Praga de Atenas. Na época, ninguém tinha informações sobre a doença e 25% do atenienses acabaram mortos. Hoje sabemos que a causa foi a Salmonella typhi, que provoca a febre tifóide. A consequência geopolítica da doença foi a perda da guerra por Atenas.
Praga Antonina (165 - 180 d.C.)
A suposição atual é que esta praga que matou milhões de pessoas no Império Romano foi provocada pela varíola, doença que incidiu novamente entre 250-266 d.C e matou 5 mil pessoas em um único dia. Como o Coronavírus, a varíola é transmitida pela saliva e provoca mortalidade de até 70% dos contaminados. A boa notícia é que, graças à ciência, foi desenvolvida uma vacina e o vírus foi eliminado do planeta.
Peste Justiniana (541-544 d.C.)
O extermínio causado pela doença conhecida por peste bubônica provocou 100 milhões de mortes (metade da população europeia). A contaminação ocorreu por pulgas de ratos vindos de navios de grãos do Egito. A consequência geopolítica é que facilitou a expansão do islamismo ao enfraquecer o Império Bizantino.
Peste Negra (1331-1353 d.C.)
A mais mortal das epidemias matou de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa. A doença é causada pela Versínia pestis (que causa a peste bubônica), que passou por grande variação genética e se tornou mais virulenta. A Peste Negra se originou da China e chegou ao ocidente por caravanas de comércio.
Revolta da Vacina (1904 d.C.)
Este episódio ocorreu no Brasil, que na época foi assolado por doenças como varíola, febre amarela e peste bubônica. O médico sanitarista Oswaldo Cruz colocou algumas reformas em prática no Rio de Janeiro, então capital do país, para erradicar as doenças, como vacinação obrigatória e erradicação de cortiços. As camadas mais pobres da população se revoltaram contra a perda de suas casas e passaram a atribuir às vacinas uma tentativa de inocular veneno nos menos favorecidos, em um episódio semelhante a situações atuais provocadas por fake news.
Gripe Espanhola (1918 - 1920 d.C.)
A pandemia provocada pelo vírus Influenza A, do subtipo H1N1, pode ter matado 100 milhões de pessoas em todo o mundo (35 mil delas no Brasil, incluindo o presidente eleito Rodrigues Alves, em 1919). Em plena 1ª Guerra Mundial, há confusão sobre o número real de vítimas, pois muitos óbitos foram registrados como mortos de guerra. Apenas a Espanha, que não participou do conflito, conseguiu contar as mortes, por isso a pandemia ficou conhecida como Gripe Espanhola.
BIOLOGIA
O coronavírus não é novo. Há registros que datam de 1960 e, desde então, a ciência mapeou sete cepas de coronavírus que podem provocar doenças em humanos, como é o caso do vírus causador da epidemia de SARS entre 2002 e 2003. O coronavírus que provoca a pandemia atual é o 2019-nCOV e a doença provocada por ele é a Covid-19.
O material genético do 2019-nCOV (e das outras cepas de coronavírus) é o RNA simples positivo. Por isso, quando entra na célula, é rapidamente usado para produzir proteínas lidas pelo ribossomo da célula hospedeira.
Em retrovírus como o HIV, que provoca a AIDS, o processo é diferente: o RNA entra na célula e produz uma molécula de DNA que se integra ao material genético da célula hospedeira.
Importante saber:
Os vírus da família coronavírus são de RNA simples direto e, por isso, sofrem muitas mutações ao acaso.
- Isso acontece porque as enzimas que acompanham o RNA que é introduzido na célula (como a RNA polimerase e a RNA integrasse) não conseguem corrigir os erros que ocorrem durante a replicação de RNA.
- Por essas mutações, é possível que passem a parasitar outros tipos hospedeiros. Cientistas inclusive acreditam que os animais silvestres podem ser reservatórios originais do coronavírus atual.
- A transmissão ocorre por partículas de saliva expelidas quando a pessoa contaminada tosse, fala ou espirra. Essas gotículas podem ser aspiradas ou engolidas. Além disso, podem contaminar superfícies e infectar pessoas que tocaram nestes locais com as mãos e depois levaram ao rosto.
- Uma das dificuldades de prevenir a doença é que a contaminação já começa a ocorrer antes da manifestação dos primeiros sintomas.
Principais preocupações
Apenas 2% das pessoas contaminadas pelo Covid-19 chegam a morrer. O risco é maior entre idosos e portadores de doenças crônicas. Porém, como o vírus se espalha muito rapidamente, o número de doentes também aumenta de forma muito rápida, o que pode sobrecarregar os sistemas de saúde e prejudicar o atendimento das vítimas, que nos casos mais graves podem precisar de leitos de UTI.
GEOGRAFIA
O conceito de saúde não refere-se apenas à ausência de doença, mas também a fatores como alimentação e moradia condizentes, saneamento básico, trabalho digno, renda adequada e lazer. Neste contexto, é importante entender como as condições geográficas refletem em questões de saúde pública.
O que é uma pandemia?
É quando uma doença se espalha por uma região muito grande, como um continente, ou até mesmo pelo planeta, como é o caso do coronavírus. Uma doença é considerada pandêmica quando é altamente contagiosa e se difunde para dois ou mais continentes, com transmissão sustentada entre as pessoas.
Raio-X do 2019-nCOV
O vírus foi identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, em 31 de dezembro de 2019. A primeira vítima foi um homem chinês de 61 anos. Pesquisas apontam que a origem foi e animal silvestre vendido no mercado de Wihan.
Fases do alerta pandêmico
Fases 1 a 3 - infecções predominantemente em animais.
Fase 4 - transmissões significativas entre humanos.
Fase 5 - o mesmo vírus causa surtos significativos em comunidades em dois ou mais países de uma região.
Fase 6 - surtos significativos causados pelo mesmo vírus em mais de uma região ou continente.
Possíveis consequências da pandemia de coronavírus
Grande número de doentes e mortos.
- Possível crise econômica e social.
- Superlotação dos serviços de saúde.
- Elevados custos governamentais para o combate da doença.
Quer saber mais sobre o assunto? Assista aulão completo sobre o tema com os professores do Prime: