Assunto de vestibular: entenda a crise dos povos Yanomamis no Brasil

O estado de Roraima abriga a maior reserva indígena do Brasil.  Nesta parte da Amazônia vivem os povos Yanomami, que ganharam notoriedade devido à crise humanitária e sanitária que estão enfrentando. Em fevereiro de 2023, já são mais de 570 crianças mortas pela desnutrição e por outras causas evitáveis e, somente em 2022, 11.530 casos de malária foram registrados na região. 

Entender as causas da crise é importante para nos tornarmos mais conscientes sobre o valor da diversidade cultural destes povos e, assim, colaborarmos para sua proteção. Se você vai fazer vestibular ou Enem, preste atenção: o tema é atual e pode ser cobrado em provas de atualidades e redação. 

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Entenda a origem da crise dos Yanomamis

Para te ajudar a entender a crise enfrentada pelos Yanomamis, a equipe do Prime preparou um resumo sobre os fatos principais envolvendo esta população.

Os Yanomami habitam o norte da Floresta Amazônica, nos estados de Roraima e do Amazonas. As aldeias se localizam ao longo da fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Ao todo, o território Yanomami possui 192 mil km2, sendo por isso a maior reserva indígena do Brasil. 

Ao longo da história, os indígenas do território Yanomami têm sofrido com a invasão de garimpeiros, madeireiros e agropecuaristas, que são responsáveis por impactos ambientais e sociais no território. A contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo, por exemplo, é um dos fatores que diminui a disponibilidade de alimentos nas aldeias e contribui para a crise humanitária que afeta a região.

É importante lembrar que os Yanomamis são uma população vulnerável, sem imunidade contra muitas doenças ocidentais. A chegada de grupos estranhos, portanto, provoca epidemias e mata muitos indígenas. A falta de acesso a serviços de saúde adequados e a falta de informação sobre prevenção e tratamento de doenças também agrava a situação.  

Soluções para a crise

No dia 16 de janeiro de 2023, profissionais do Ministério da Saúde chegaram no território para diagnosticar a crise que o atinge, além de restabelecer e reorganizar o acesso à saúde na região. Ao chegar nas terras Yanomami, o grupo encontrou crianças e idosos em estado grave de desnutrição, muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRI) e outros problemas sanitários. 

No dia 20 do mesmo mês, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Essa medida tem como objetivo dar assistência à saúde aos povos indígenas Yanomami. Uma das principais ações é organizar a logística de transporte de suprimentos e de pessoas entre as aldeias e as cidades, melhorando, por exemplo, pistas de pouso de aeronaves em localidades próximas às comunidades. Além disso, cestas básicas, medicamentos e outros insumos estão sendo encaminhados para a região.

Nìsia Trindade, Ministra da Saúde, disse que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se omitiu sobre a saúde dos Yanomami. Além disso, ela afirmou, em entrevista à BBC, que a principal causa da crise humanitária e sanitária na região é o garimpo ilegal de ouro. A Ministra declarou que a situação dos povos Yanomami pode ser classificada como uma forma de genocídio, diante da omissão e desassistência prestada à população.

De acordo com Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, será determinada  a abertura de um inquérito policial para apurar, além do crime de genocídio, crimes ambientais nas terras indígenas.

Para os que querem ajudar as comunidades indígenas do território Yanomami, as ONGs Ação da Cidadania e Central Única das Favelas (Cufa) lançaram uma campanha de doação para o enfrentamento da crise. As organizações afirmam estar trabalhando junto a órgãos do governo federal para levar alimentos para os indígenas. As doações podem ser realizadas diretamente nas sedes da Cufa espalhadas pelo país, por pix ou pelo site “Vakinha”.

A crise sanitária dos Yanomamis é um sinal de alerta sobre a importância da proteção e preservação das populações indígenas e de sua saúde. Cabe à sociedade cobrar a implementação de políticas públicas que garantam o direito à saúde e proteção dos direitos humanos destes povos, além de ações para a preservação do meio ambiente e a saúde das comunidades.